Nando Reis – Os Versos Seus

Na semana passada recebemos em nosso acervo uma super raridade: Um exemplar ORIGINAL da revista ‘Bissexta’ do ano de 1980! Este raro item contém um poema e um quadrinho de Nando Reis que, na época, tinha apenas 17 anos…

Como o fã clube Nando Reis adora compartilhar com vocês todas as informações e curiosidades da carreira de Nando, publicamos a seguir a poesia e o quadrinho presente nesta revista (conteúdo inéditos na internet)! =)

Leia o poema:

Setembro de Carbono;
o céu é de lua – os astros de minhocas.
A lua é um gomo de tangerina
nos intestinos escuros da noite,
um brinco de vidro nas brancas narinas da manhã.
É tempo de Mercúrio,
das chuvas riscadas que molham as vagens
das falsas espumas que nos meus olhos ardem.
Nas margens do dia,
poucas lavadeiras esfregam as mãos:
– Com hoje, completa-se mais uma estação.
Incêndio vermelho, seduz meus anseios
desemboca meus delírios em porto seguro,
apontam seus rios para a estrela do horizonte.
É Vênus, é Vênus quem me chama
para um mergulho nas águas do Nilo
um segundo nas crateras de Marte.
A tarde, por mim vai embora;
oram os pássaros, coram os átomos
É hora de não mais falar.
Agora eu vejo as montanhas.
As Montanhas pelos caminhos dos mascates
recordam, os seios lambuzados de abacates
as algas vermelhas como tomates,
as pedras pesadas como chumbo.

Leia o quadrinho:

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5 comentários em “Nando Reis – Os Versos Seus”

  1. Sobre a tangerina, realmente sempre me lembrou anatômica à lua, porém o sabor…esse nunca tive certeza!

  2. Me sinto lislongiada por conhecer parte da história desse cara Fantástico que é Nando Reis. E parabenizo @zero_muito que ,com muita competência, carinho e respeito . Está sempre nos presenteando. Adorei

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